Marina
- Luciano Lopes
- 4 de mar.
- 1 min de leitura

Para Marina Abramovic
Os seus pensamentos enraizam os olhos
e tocam as copas das estrelas que vemos,
fazem fagulhas em todos os sentidos
e despertam nossos reinos escondidos.
Venceu a guerra de seus martírios
com o golpe que lhe custou o sangue das dores,
das lágrimas descabidas que nos tiram o sossego
da sua arte que nos deita em provocador apego.
As chaves que você carrega
abrem nossos olhos como um orgasmo
e ascendem os espíritos às causas das glórias.
Plantam sementes nas terras que banham nossos mares
enquanto abaixam as armas de todos os tormentos.
Desse seu espírito que vem de longe daqui
desaba em nossos colos a realidade crua
bebemos no seio da água que calcula suas margens
e enchem de êxtase a aridez dos nossos leitos.
Complexa como o mais belo estigma
uma deusa de cicatrizes eternas
você é mais doce tempestade de todos os enigmas
que em nosso peito só o amor encerra.
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