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Desatino natureza



Quero adubar minha terra com água

do pântano e medir meus pés nas

pedras do riacho.

Vou beber a terra

e arrotar gotas d’água no ar.

Vou engolir sempre-vivas

para semear montanhas.

Ventos passam por mim

balançando minhas cortinas.

Do alto da nuvem, sonhei ser a janela dos alecrins.

O horizonte forma pirâmides de árvores

e no ventre da Terra se formam

cascatas de flores de angu.

E lá vou eu, com fome de pedras

e devaneios em luz.

Se piso forte, chego com sorte.

E chego.

Meu destino é um céu de sapos sorridentes.

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